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quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Troca roca oca ca a

"Você sabe o que é ter um amor, meu senhor? Ter loucura por uma mulher? E depois encontrar este amor, meu senhor, nos braços de um tipo qualquer?", cantava há muito muito tempo o gaúcho negro Lupicínio Rodrigues, dono de uma voz afinadíssima e de canções eternizadas, que são até hoje gravadas por muitos intérpretes - como Paulinho da Viola, por exemplo.

Esses versos de Lupicínio Rodrigues me fazem pensar sobre a constante troca que fazemos em nossa vida. Nem estou pensando em trocas naturais, como dente e pele, por exemplo. Penso mesmo em ideias, coisas, pessoas. Tem gente que troca de ideia com uma naturalidade tão grande, que assusta. A mim, pelo menos, ficar trocando de ideia, embora seja natural e até esperado dependendo do contexto, muitas vezes soa falta de compromisso com o que se diz, efetivamente: diz que crê, diz que quer, diz que...

Tem também muita gente que troca de objetos. Lembro aqui, por acaso, da música do Roupa Nova (Sapato Velho), que retrata metaforicamente a troca aparentemente injustificada de um sapato, que ainda serve pra ser calçado. Há que troque por motivo mais justificável: um carro mais velho por um mais novo, por exemplo. Seja para reduzir perdas por desvalorização do automóvel, seja para aplicar melhor um dinheiro, seja simplesmente para experimentar um novo carro.

Mas é assim também com as pessoas. Tem gente que troca de pessoas. Troca de colega, troca de amigo, troca de namorado, troca de marido. E segue trocando como se as pessoas fossem coisas, como se fossem ideias, como se apenas ocupassem funções. Como se fossem algo sem capacidade de reação, gente que não corre risco de sofrer traumas, de se deprimir, de enlouquecer. De se esvaziar. Em qualquer braço. Inclusive "nos braços de um tipo qualquer".


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