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segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Comportas da ira e mergulho no amor

"Quando eu dei por mim, nem tentei fugir do visgo que me prendeu dentro do seu olhar", são versos de uma música tão linda quanto eles: Todo Azul do Mar, na voz de  Flávio Venturini (embora muitos outros a tenham regravado). Esses versos vêm  a propósito de um comentário que uma moça, caixa de supermercado, fez para mim, a respeito de uma situação súbita que ela presenciou hoje em seu trabalho: uma quase agressão, por conta de um motivo (para muitos) absolutamente fútil.

Na hora em que ela me disse aquilo, mesmo sem entender a razão de tê-lo feito (já que falava com outro funcionário do supermercado), pensei um pouco e lhe disse que, a meu ver, a causa da quase agressão não havia sido necessariamente aquela de que se tomou conhecimento. Acrescentei que aquilo teria sido apenas "a gota d'água". Como ela deu sinal de concordância com a cabeça e lançou o mais que esperado "É mesmo", completei dizendo que a gente nunca sabe em que ponto de seu limite as pessoas estão.

E é fato. Tanto para o bem, quanto para o mal. Nossas reações imediatas são, no mínimo, interessantes e merecem reflexão. Parece que nos acostumamos a  ter respostas emocionais e físicas sempre iguais para os mesmos acontecimentos - mesmo em contextos diferentes. Parece existir um padrão de comportamento repetitivo que, quando subitamente quebrado deixa a pessoa tão fora de seu eixo, que ela se torna capaz de tudo: abrir as comportas da represa da ira ou mergulhar no oceano infinito do amor.

O que somos, afinal? Esse conjunto de ações que se repetem ao infinito (e que dizem ser nosso jeitão, nossa personalidade) ou somos esse ser explosivo, que se entrega com a mesma voracidade ao ódio e ao amor? Sim, da mesma forma que cedemos às irrupções da ira, também escancaramos as portas para gestos de amor. Não acho que sejamos um ou outro, mas um e outro. Tanto é que ambos são possíveis, e às vezes, nem dá pra tentar fugir".

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