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quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Luz sem sombra

"Nosso amor, que eu não esqueço e que teve seu começo numa festa de São João, morre hoje sem foguete, sem retrato e seu bilhete, sem luar e sem violão", cantava o incrivelmente jovem e talentoso Noel Rosa. Para conhecer o cotidiano carioca do início do século passado, taí uma fonte inesgotável. Rico em melodia, riquíssimo em letra. Tanto, que é cantado até hoje.

Essa música é linda, linda. Daquelas que, como volta-e-meia digo aqui, a gente precisa mesmo cantar ouvindo a letra. Acho mesmo tem música que é só pra dançar; tem música que é pra sentir (ou porque lenta, orquestrada e complexa, ou porque simples, de letra [?] rasa e ritmo contagiante); tem música que é pra fazer pensar, porque trata de coisas que são, não de A ou de B, de Fulano e de Sicrano: trata de coisas do ser humano.

É do humano o brilhar e deixar de brilhar. Ou o ver e o não querer mais ver. Sei lá por quê, mas tem gente que ocupa um brilho intenso, tão intenso que chega a irradiar luz a ponto de sombrear quem estiver à volta. Há, porém, gente que se esforça pra ter alguns ralos feixes de luz, mas é de uma luz tão pobre, tão tênue, tão fraca, que sequer produz sombra.

O pior, o pior mesmo, e isso é o mais triste dessa reflexão, é que muitas vezes ocorre uma migração dessas posições, de modo que algumas pessoas, outrora de brilho intenso, passam brilho ralo, daqueles de lâmpada que estão para queimar. Viram luz sem sombra.Tão fraca, que morre e nem é percebida: "sem foguete, sem retrato, sem bilhete, sem luar, sem violão". Sem.

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