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domingo, 8 de setembro de 2013

De narinas bem abertas

"Vejo vir vindo no vento o cheiro da nova estação. E eu sinto tudo na ferida viva do meu coração". Esses são versos de um cara que eu sempre admirei. Um sujeito cujos discos eu ouço a letra e canto a melodia. Como não respeitar essa aliteração: "Vejo Vir Vindo no Vento"? Como não reconhecer a afirmação de que o coração, mesmo em ferida viva, é capaz de sentir? É Belchior.

Às vezes é preciso estar atento às mudanças de estação. Eu tenho o privilégio de ter nascido em um 22 de setembro, dia que antecede a chegada de uma nova estação - a primavera. Suas cores, suas flores, suas dores. Seus horrores, seus seus louvores, seus horrores. Tudo vem, "when september ends", como canta o Green Day. As sensações são muito boas, mas é preciso narinas bem abertas.

Minha irmã brinca comigo, dizendo que, se alguém quiser me matar não precisará de muito esforço, uma vez que bastará pressionar uma das minhas narinas, a direita. Isso porque a esquerda parece morar no meu rosto mais para compor o quadro facial do que para funcionar propriamente. Tenho um desvio ali que chega a 75% do total. Por isso, seu funcionamento é bem limitado.

Mas eu não quero que isso me impeça de sentir e de poder respirar os ares da primavera que está batendo à porta de todos nós. Virão coisas ruins, com certeza, porque elas fazem parte da vida e não são em si mesmas o problema (o problema é o que fazemos com elas). Virão, por certo, muito mais coisas boas e, sobretudo, pessoas boas, exalando o perfume da vida. Embora eu sinta "tudo na ferida viva do meu coração, vejo vir vindo no vento o cheiro da nova estação".

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