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terça-feira, 23 de julho de 2013

Pobrema

"Eu canto em Português errado. Acho que o imperfeito não participa do passado". Esses são versos de Renato Russo, mais uma vez demonstrando um uso criativo de linguagem ao falar do tempo passado, do qual o imperfeito não faria parte, segundo seu modo de entender. Claro que é uma referência à possibilidade de cada um poder fantasiar o passado, na tentativa de eliminar dele o que for imperfeito.

Mas o que me fez lembrar desses dois versos hoje não foi o segundo, e sim o primeiro, que trata do uso do "Português errado". Quem me conhece sabe que não sou purista. Nem na vida, em geral; nem na língua, em particular. A Linguística evoluiu muito, de tal modo que a relação da língua com a vida real faz cair por terra a excessiva preocupação com o certo e o errado. Lembro aqui uma frase espetacular do Veríssimo: "...'falar claro' não é certo. Mas é claro, certo?". Genial.

Hoje, ao ser atendido por uma gentil operadora de telemarketing, dessas que trabalham em grandes companhias de telecomunicação, fui brindado com um uso caricato de linguagem considerado errado e, não raramente, ridicularizado pela maioria dos puristas. Depois de colher quase todos os meus dados, a moça quis confirmar meu nome "compreto". Nada demais, nada de mais. Afinal esse rotacismo R/L é comum na língua. Quem nunca ouviu "frauta doce"? Quem nunca teve brinquedo de "prástico"?

Passada essa primeira parte do atendimento, sempre tentando mostrar a gentiliza necessária às atendentes, a moça quis saber qual era o "pobrema" e como ela poderia me ajudar. Detalhei o que ocorria, e ela, depois de analisar a situação, disse que na rua onde eu estava (cujo nome ela teve dificuldade de ler) havia mesmo intercorrências que estavam sendo resolvidas. Perguntei-lhe o prazo para resolução. Ao que ela me respondeu: "Até as seis hora". Aguardei. E foi melhor do que eu esperava. O problema foi resolvido antes.

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