Valeu a visita!

Daqui pra frente, divirta-se trocando ideias comigo.
Conheça meu outro blog: http://everblogramatica.blogspot.com.br

sábado, 6 de julho de 2013

O arpoador de heróis esmaecidos

"Meus heróis morreram de overdose" - inesquecível verso de Cazuza na música Ideologia. À beira de seus últimos dias, Agenor de Miranda Araújo Neto - por meio de seu personagem, o Cazuza - cantava verdades sociais e pessoais de uma maneira tão bombástica quanto a sua própria vida.: intensa, rápida, fulminante e extremamente significativa.

Na música Ideologia, um pouco dos dois lados: o social e o individual (embora, apenas didaticamente se possa separar um do outro). Quando ele fala da morte dos heróis - dos heróis que são nossos - me faz pensar em uma série de imagens que nós criamos - por um lado - e que criam em nós - por outro. Essas imagens, erigidas do mesmo modo que um castelo de areia na areia da praia do Arpoador, são - como tudo - fadadas ao fim.

Elas esmaecem em razão de algum motivo exterior aos próprios heróis, ou não. Muitas vezes, verdades ou boatos, máscaras tiradas, chãos desfeitos, identidades perdidas, enfim, uma série de fatores fazem a imagem do herói perder o viço, o vigor, a força. Mesmo que a pessoa (ou seja lá o que for) que temos como heroína ou como herói continue entre os vivos. Ela pode não corresponder mais à imagem original. Ela pode ser vítima de um arpoador embaixo d'água ou mesmo da força de uma onda sobre a areia.

Essa morte do herói pode se dar também por vontade dele mesmo. Ele pode se cansar desse status e abrir mão disso por diversas razões, inclusive por acreditar ser isso o melhor para nós. Ele também pode ser destituído desse trono em razão de uma mudança em nossa percepção do mundo e das pessoas. Enfim: Supermans, Batmans, Pais, Mães, Professores, Amigos... todos, por uma razão ou outra correm sérios riscos de virar cidadãos comuns e passar a brilhar com a intensidade de uma luz  normal.

Nenhum comentário:

Postar um comentário