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quinta-feira, 18 de julho de 2013

Censura

"O que será que será que andam combinando no breu das tocas?" é um dos encantadores versos de Chico Buarque que, disfarçados em rimas, melodias e figuras de linguagem eficazes driblavam os órgãos censores e se faziam ouvir por nós, que sempre compusemos o povo e que quase sempre não tivemos força suficiente para romper aquilo tudo contra o qual Chico e outros tantos cantavam.

Pois é. Penso que do mesmo modo que desde os primeiros movimentos da Ditadura em nosso país - tempo em que eu não passava de um menino do interior do interior do interior de Minas Gerais - há em nós algo que não nos permite expressar ou fazer algumas coisas. Talvez isso se dê em razão da ação de alguns órgãos censores que estão por aí e estão por aqui, que todo mundo vê e sabe que existe... mas que nem todo mundo entende ou que nem todo mundo tem força capaz de sublevar-se. "O que será que será?"

Me diverti muito hoje com os meus limites, especialmente com minha limitação para cantar. Chega a ser engraçado. Falta-me técnica, treino, disciplina, coragem, espontaneidade, falta-me um monte de coisa que me impede de cantar naturalmente, afinadamente. Não estou reclamando; apenas constatando que, mesmo agora, em alta madrugada (são 2h30 - vizinhos, perdoem), eu e meu violão fazemos o melhor que podemos.

Tentei subterfúgios, como uma voz-guia no fone, mas ainda assim o negócio é cômico - não fosse o trágico dele próprio. Mas eu tomo a voz de Chico e me pergunto com muita sinceridade: "O que será que será? O que não tem conserto nem nunca terá... Que todos os avisos não vão evitar?". Assim como a mim, a muitos esse tipo de censura velada e absolutamente forte limita pensamentos e ações. Quiça um dia "todos os meninos possam desembestar e todos os destinos possam se encontrar".

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