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quarta-feira, 3 de julho de 2013

Cabeça nas nuvens. E o pé?

"Ficaremos parados com a cabeça nas nuvens e os pés no chão". Com esse verso, volto uma vez mais aos Engenheiros do Hawaii. Ao Humberto Gessinger, para quem já devo estar devendo dinheiro, de tanto que cito neste blog. Esse verso que já me serviu para tanta motivação, hoje me vem em sentido inverso. Se antes eu focava as nuvens, agora foco o chão. Os pés no chão. Já digo por quê.

Essa vida da gente é tão professora, tão mestra... E a gente é tão adolescente, tão teimoso. Tantas e quantas vezes a gente é exposto a uma situação que claramente está longe das nossas possibilidades e, mesmo assim, a gente tenta! Motivados por um desejo de superação, por uma quase obrigatoriedade de acreditar que sempre dá pra ir um pouco mais longe. Impulsionado pelo medo de ser identificado como descrente, como quem não confia em si mesmo, como quem tem má vontade...

É assim quando a gente sabe que não pode correr mais 5 minutos, e corre. Quando sabe que não pode comprar mais nada, e compra. Quando não pode comer mais nada, e come. Quando não pode ficar mais tempo no Face ou Twitter, e fica. Quando não pode dar mais atenção a alguém, e dá. Quando sabe que não pode retardar uma ida ao médico, e retarda. Tudo, tudo, tudo feito sob a ilusão de que nada vai acontecer. Ou de que qualquer prejuízo será facilmente sanado.

Às vezes não é assim. Tem hora que dizer 'não' é dizer 'sim' para a vida. Há momentos em que reconhecer um limite pode significar ampliar possibilidades. Não reconhecer isso faz a gente passar vexame. Aqueles que diziam 'Vai, meu, tenta!' passarão a dizer: 'Por que você fez isso?'. Estou com um amigo no hospital. Diabético. Achou que um pequeno ferimento no calcanho não lhe traria maiores consequências e não se tratou. O ferimento evoluiu muito e muito rápido. E estou triste, muito triste, porque de agora em diante talvez ele só possa pensar em pôr a cabeça nas nuvens, mas não o pé no chão. Porque pode perder o pé. 

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