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domingo, 10 de março de 2013

De mim e de você

"Nem sei se gosto mais de mim ou de você". Esse verso do Roberto Carlos compõe uma música antiga, chamada Como Vai Você?, uma canção que atravessa o tempo e é constantemente regravada, sempre com um tempero diferente. Até onde sei, não foi compositor, mas cantou tantas coisas legais, que muitos de seus versos ficaram incrustados na mente de quem tem mais de 40. Esse "cara" (já que agora ele se intitula assim) já foi chamado de rei. E é preciso reconhecer: teve um período de glória nacional e internacional.

Nos áureos anos 70, sua carreira era um meteoro: rádio, tv, cinema e toda espécie de mídia queria ouvi-lo. Versos com o que usei para iniciar este texto badalavam a todo canto. Não estou certo se concordo com ele ou não, porque me parece um quê de autoanulação ou de supervalorização do outro em detrimento de si mesmo. Não parece saudável do ponto de vista psicológico nem do social, muito menos do afetivo ou seja lá do que for.

Do ponto de vista espiritual, se assim posso dizer (e acho que não), também estaria errado, uma vez que há um princípio religioso anterior ao próprio cristianismo, segundo o qual é preciso que amemos aos outros assim como amamos a nós mesmos. Não sei mesmo: me parece que sob nenhum aspecto é saudável ter o outro em maior estima do que a nós mesmos. Que há muita gente assim, há. E aparentemente feliz.

Não me canso de ver pessoas se "menos - prezando" em prol de outras. Deixam de cuidar direito de si para se dedicarem a outras. Recusam-se dar um tempo maior de conforto e de descanso para si mesmas, a fim de ofertar isso a outras. Cobrem de presentes outras pessoas enquanto a seara de presentes a si próprias segue à míngua. Para elas - é bem provável - o gosto da vida está justamente nisto: doar-se. Talvez seja assim, desse jeitinho samaritano, que elas realizam o "preciso tanto me fazer feliz", como canta o rei.

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