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quarta-feira, 6 de março de 2013

A rima e a solução


“Mundo, mundo, vasto mundo. Seu eu me chamasse Raimundo, seria uma rima. Não seria solução. Mundo, mundo, vasto mundo. Mais vasto é o meu coração”. Para qualquer pessoa que aprecie poesia geral e que valorize poesia local, esses versos de Drummond são bastante familiares.

São familiares também as pessoas que carregam consigo a característica apontada por Drummond nos versos acima. Pessoas há de todo tipo: as menos ou mais racionais; as menos ou mais impulsivas; as menos ou mais expansivas; as menos ou mais centradas; as menos ou mais próximas. Há um conjunto delas que têm o hábito de se pensar não só como mais uma pessoa no mundo, a solução para os problemas do mundo.

Como canta o Vander Lee, são pessoas que, mesmo certas, vêm pedir perdão. Sentem prazer em ajudar. E se culpam se não ajudarem. Vivem da ilusão de que a ação delas é essencial, é condição sine qua non para que o outro consiga algo, por menor ou maior que seja esse algo. São pessoas que se consideram a solução. Pessoas capazes de abdicar de si próprias para servirão outro.

Consideram-se verdadeiros messias, têm prazer nisso, mas acham sempre um tempinho para pensar se os outros realmente percebem sua ação bondosa, caridosa, desprendida. Claramente vivem de migalhas de “obrigados”, de “valeus” ou de qualquer outra forma de demonstração de reconhecimento. São pessoas de bom coração, de coração tão vasto que chega a ser maior que o mundo. Pelo menos na visão delas. Assim, sentem-se como a solução. Mas elas apenas rimam bem.

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