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sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Milésima primeira dobra




A vida traz todos os dias um montão de oportunidades para a gente. Oportunidades de toda natureza, a todo tempo e de variadas intensidades. Não estou certo se elas batem na mesma porta apenas uma vez. Como, por óbvio, não seria capaz de afirmar o contrário. O fato é que, como eu, há uma série de amigos e conhecidos que não desenvolveram a habilidade de negar qualquer proposta. Aí a pessoa se desdobra em mil para dar conta de tantos compromissos assumidos e ao lado dessas mil dobras ela mesma se torna a milésima primeira.

Primordialmente quando somos mais jovens vivemos isso com mais intensidade. A repetição das situações de oferta de oportunidades se apresenta aos jovens, mais vezes do que se apresentam aos menos jovens (para usar um eufemismo). Se o jovem, em busca de aproveitar tudo que a vida está lhe oferecendo,começa a aceitar tudo, em breve estará fazendo de tudo um pouco, e em tudo uma quantidade de qualidade bem inferior ao que poderia efetivamente ser.

Amigos estressando muito cedo na vida, perdendo o contato com as pessoas mais próximas - familiares, namoradas, amigos... e o pior, perdendo o contato consigo mesmos. Eles são exemplos de que o excesso não leva a lugares muito diferentes daquele do isolamento, da entrega desordenada ao trabalho e do escasseamento do convívio com as pessoas mais próximas. Naturalmente, isso fica disfarçado na tênue sensação de realização múltipla que os muitos afazeres trazem.

Curiosamente esse excesso acomete justamente as pessoas mais responsáveis; aquelas que se preocupam mais com os outros do que consigo mesmas; que priorizam a tudo e a todos em detrimento da prioridade dada a si mesmos. Aquelas que conseguem realizar muitas coisas simultaneamente - e que dormem quase nada para dar conta de tudo isso. Para não desagradar aos outros, deixam o "não" escorregar por entre os dentes e fazem ecoar um "sim" que vai comprometer cada vez mais a sua qualidade de vida. Não é bom ser a milésima primeira dobra.

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