Quando os filhos souberem o tamanho do orgulho que dão aos pais quando fazem coisas que promovem o bem a si mesmos e a tantas outras pessoas que podem ter o privilégio de contemplar o bem que eles fazem, com toda certeza vão valorizar-se muito mais e enxergarão com muito mais clareza o tamanho daquilo que fazem e grandeza do que são.
É fato que há um grande número de pais que não olham direito o que os filhos fazem. Muitas vezes até enchem a agenda dos filhos de atividade atrás de atividade justamente porque não querem ou não podem ver os filhos. É bem verdade que para diversos pais ver os filhos não é uma opção, em razão de trabalhos, de horários, de compromissos tantos... e infelizmente muitas vezes porque preferem outras coisas e ou pessoas à presença de seus filhos.
Uma tristeza isso, tanto para pais quanto para filhos: a organização da família contemporânea caminha para não ter no convívio a prioridade de sua existência. Para muitos ainda é um estranhamento muito grande essa afirmação, mas me parece que é um rumo que as famílias estão tomando. Por outro lado, entretanto, há outros que insistem em se colocar juntos nas atividades mais simples e nas mais complexas, nas mais alegres e nas mais tristes. Eu julgo que estou entre estes últimos. Todos os dias tenho o prazer de desfrutar de uma alegria perene com elas.
Hoje, por exemplo, depois de levar minhas filhas para a escola de manhã, depois de almoçar com uma delas, depois de levá-las no meio da tarde para a concentração para a peça que apresentariam à noite, ainda pude assistir pela quinta vez sua apresentação. E no final da noite levá-las do espetáculo para sua casa. A peça trata do contexto da Ditadura Militar vista por um grupo de crianças que crescem em contato direto com a Ditadura por décadas. Como pai, me emocionei diversas vezes durante a apresentação. Minhas filhas não veem com clareza o tamanho do que fazem nem a grandeza que elas têm.
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