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quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Mais do que se pode



Voltava hoje de um compromisso profissional por meu escritório, concentrado no próximo passo que deveria dar - afinal, meu dia tem horas contadas, em razão do volume de atividades que exerço, todas com muito prazer. Esta é uma carga que carrego diariamente há anos. Acho até que sou um workaholic - daqueles inveterados que não conseguem ver nisso algo tão ruim. Logo à minha frente, naquela movimentada avenida, sob um sol que não esquentava o dia, um pequeno desentendimento entre filha e mãe.

Nada muito espalhafatoso, até porque não só a mãe era jovem, mas também a criança, uma menininha morena linda, não devia ter nem três anos. A "discussão" entrem ambas, que tinha menos palavras e mais expressões guturais por parte da menina, se dava por conta da mochila que a mãe carregava. Pois não é que a pequenininha queria carregar a mochila, que era da metade de sua altura? E tanto insistira que conseguiu convencer a mãe.

Uma pena eu ter passadas tão maiores que a das duas que eu observava. Acabei passando por ambas e não pude acompanhar o desfecho da cena, mas olhei muitas vezes para trás. E a cada vez que eu olhava, via com muita graça a cena da menininha carregando um peso muito maior do que o seu. E o fazia com tanto gosto - imagino que aquilo lhe trouxesse muito orgulho, talvez lhe desse uma sensação de poder, de superação de mostrar aos outros que ela é mais poderosa do que parece.

Fiquei pensando naquela menina quando for adulta. Continuará ela desejando mostrar que é mais do que parece ser? Será que ela vai se tornar uma workalholic? Será que vai querer mostrar mais força do que aparenta ter em alguma prática esportiva? E a gente, que já está bem grandinho, continua querendo ou precisando mostrar mais do que aparentamos? Por necessidade ou por prazer, o que nos faz brigar para mostrar que podemos mais?

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