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sexta-feira, 30 de maio de 2014

Replanejar



Sempre me chamou muito a atenção uma cena do filme "FormiguinhaZ", logo no seu início, quando uma fila imensa de formigas vem carregando, cada uma, um pedaço enorme de folha para sua "casa" e, como formigas operárias, executam este papel com grande maestria, desde que nada lhes tire a regularidade do ato. Pois a certa altura da trajetória delas, bem no meio da fila, despenca uma folha grande - bem maior que elas - e separa uma parte da outra da fila. A que ficou para trás se desespera, não sabe o que fazer. É preciso vir uma outra formiga, mais experiente e lhe ensinar como superar aquele problema e retoma a rota.

Usei esta alegoria hoje para ensinar aos meus alunos a importância de três movimentos na vida. O mais importante é o movimento de ir, de estar em uma trajetória que acreditamos ser a melhor. Se mais rápido, se mais devagar, é outra história. Mas é preciso estar indo. O segundo é anterior a este: é o de planejar aonde ir, de modo que se possa dar passos direcionados, firmes, seguros, conscientes. O terceiro é posterior a esses dois: é o de replanejar. É reconhecer que algo está impedindo a caminhada em direção ao objetivo.

É dífícil para adultos e também o é para adolescentes. E, para estes, muito mais. Com toda certeza. Em sua maioria, interna e inconscientemente, às vezes por falta de orientação, acreditam como canta Zeca Pagodinho: "deixa a vida me levar, vida leva eu". E cantando assim, põe-se como folha ao vento que vai para onde o vento for e caem quando o vento parar de soprar.

Dessa maneira, seguindo a esmo, pulverizando energia, em geral, em busca de prazeres pessoais, ora intensos, ora não, seguem hedonisticamente na busca da satisfação imediata. E nisso vão se especializando. Entretanto, têm dificuldade em vislumbrar ao longe um caminho e até de perceber se estão na rota ou fora dela. Não identificam se o que se interpõe a eles é obstáculo ou oportunidade. E seguem, como o José, de Drummond: "José, para onde?"

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