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terça-feira, 27 de maio de 2014

O eterno agora



Teve um tempo em que eu acreditei na eternidade das coisas, dos sentimentos, das crenças, da vida. Até das pessoas. Estou com quase 46 e sei que a eternidade já é. O tempo de vida aqui já é tempo de vida. Se depois que mudarmos de estágio formos para outra vida e abandonarmos covardemente nossos corpos aqui, bem. Se não, isto é, se morrermos com nossos corpos, bem, também.

O importante é que tenhamos vivido bons momentos nisso que constituímos nossa eternidade. Sim, porque, como Vinícius acreditava que o amor seria eterno enquanto durasse, também estou assumindo que somos eternos enquanto duramos: nossos corpos, nosso espírito (se o espírito for distinto do corpo), nossos sentimentos (e o que sentem por nós), nossos feitos. Nós. Desatados nós.

A alegria que me toma hoje, seja por ter acabado de tocar e cantar com minha filha - o que pra mim é a própria vida acontecendo; ou seja porque tive uma longa e absolutamente agradável com minha outra filha; ou seja, ainda, por ter tido o prazer de ver um aluno realmente aprendendo comigo e ficando feliz por isso; seja, por fim, por nossa banda estar preparando um set list para tocar, enfim, essas pequenas porções de vida dão sentido à minha eternidade.

Em breve passarei, como tudo passará, como todos passarão, mas essas pequenas alegrias põem um brilho tão límpido nos olhos; vestem o rosto com um sorriso tão existencial; dão ao coração um ritmo tão vital, que me dão a impressão mais do que nítida de que a eternidade se vive agora. Até onde ela vai não sei, mas é possível adiantar que não é mais agradável do que esses respiros de viver.

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