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segunda-feira, 19 de maio de 2014

Bronca em chinês



Curioso como algumas coisas são tão iguais, mesmo em situações bastante diferentes. Na minha profissão, tenho o privilégio de atender muitos alunos e, por conseguinte, suas famílias. Em todos os casos, o modo como os pais se relacionam com os filhos durante o atendimento guarda uma série de similaridades que fazem a gente aprender sobre o trato com os filhos numa situação dessas.

Existem os pais que sempre se surpreendem com o mau rendimento de seus filhos. Em geral, associado a um comportamento que não condiria mesmo com um esperado bom rendimento. Seria até incoerente. Os filhos, por sua vez, vão aprendendo aos poucos a lei do mínimo esforço. Daí para se fazer o mínimo do mínimo esforço é um pulo de gato. Só que muitas vezes, quase invariavelmente, nem isso conseguem. Aí chovem disciplinas em recuperação.

Lembro-me de quando atendi uma família de chineses, há uns dois anos. A mãe talvez não domine 15 palavras em Português para aquela situação. Vieram com um um intérprete. Não fosse ele, a comunicação sequer viria à luz. E foi assim a reunião toda. Quase uma hora. Ao final, quando dava as orientações de estudo ao garoto e disse que tudo o que ele precisava estava (ou deveria) em suas anotações, a mãe quis saber do garoto sobre as tais anotações.

Aí, o que não era surpresa para mim, ela descobriu que o garoto não tinha as anotações. Não sei o que ela falou. Mas falou. Falou e falou. As veias saltadas em seu pescoço e em suas têmporas, bem como o fuzilamento do olhar me davam toda a impressão de que não era algo amistoso, nem eram expressões de carinho. Claro, dentro do recato oriental. Mas independentemente do chinês, mandarim ou seja lá a língua que for, a bronca é a mesma.

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