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terça-feira, 7 de janeiro de 2014

O cheiro do gosto



Sempre soube que na linguagem existe uma magia que está para além dela. Como a música, como as orações, como os ventos e os oceanos, como o universo que habitamos, há na linguagem algo que é mais, bem mais do que palavra, mais morfologia, sintaxe, mais do que qualquer dicionário ou gramática pudessem imaginar poder supor a possibilidade de abarcar.

Os antigos, bem antigos mesmo, mas nem tanto assim, acreditavam que o poder das palavras era tanto,que não se poderia falar "câncer", por exemplo, para não se atrair a própria doença. Tantas histórias fantásticas se dão por palavras: abracadabra! A própria narrativa do Gênesis nos ensina que tudo foi criado a partir da palavra: Fiat Lux! Assim como ela organiza, pode desorganizar - como cantaria o D2.

Muito mais simples são as coisas ditas com sinceridade e amor, ou mesmo com ódio e rancor... palavras que, mais do que ouvidas, são sentidas. Outras causam medo; há as que motivam; e há sinestesias que fazem o cérebro parar para se reorganizar. Quem não fica estagnado e demora a retomar o raciocínio quando ouve construções como "perfume doce". Isso é como se fosse o gosto do cheiro. E o contrário: o cheiro do gosto? É... a linguagem...

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