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terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Como Drummond

Sou mineiro como mineiro é o mais reconhecido poeta das Minas Gerais, Carlos Drummond de Andrade. Tenho por este poeta grande admiração que repousa não só sobre sua vida calma, sua fala tranquila, sua família pequena, sua cidade quase menor, mas também pelos versos que com extrema naturalidade (ao menos aparente) parecem saltar de seu coração para o papel.

Conheci Drummond com o poema "No meio do caminho" e, deste ao "Poema de sete faces", ao "Quadrilha"... daí a querer devorar-lhe as palavras não tardou. Dali a uns anos, estava em uma sala de aula de terceiro ano de Ensino Médio ensinando sua poesia a adolescentes. E eu me apanhava num respeito tal, que não me sentia suficientemente capaz de lhe captar a profundidade do que escrevia.

Sempre me encantou o poema "José", seja pela absoluta brevidade dos versos, seja por sua indisfarçável pungência, pelo laconismo da pergunta (E agora, José?), ou ainda pelos doloridos versos Quer ir para Minas, Mas Minas não há mais. Como se não bastasse, o coroamento vem com o Sem cavalo preto que fuja a galope, você marcha, José. José, para onde?. Há dias em que estou mais drummondiado do que em outros..

Hoje por exemplo, nesta madrugada, ecoam-me os versos: Meu coração não sabe. Estúpido, ridículo e frágil é meu coração. Só agora descubro como é triste ignorar certas coisas. (Na solidão de indivíduo desaprendi a linguagem com que os homens se comunicam.). Vêm-me como alimento tais palavras e me servem um banquete que custo a deglutir - assim como o poeta, que passava o dia tentando um verso, que não saía - e no qual estava toda a poesia. Estou com e estou como Drummond.

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