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domingo, 19 de janeiro de 2014

Qual parte? (Crônicas do Chile 5)

Certamente há lugares que nos oferecem mais do que uma bela paisagem,  lugares que parecem falar com a gente. Há aqui em Santiago muitos desses lugares,  inclusive o que fui conhecer ontem e fica a poucas estações de metrô daqui de onde estou hospedado - bem próximo ao centro histórico. 

O Cerro San Cristobal, no bairro Bela Vista, ao lado de grandes universidades, de uma feirinha de artesanato muito curiosa e de um pátio de compras que tem uma beleza singela e singular, é um morro alto o suficiente para oferecer ao visitante uma vista estonteante. Antes de chegar ao topo, no meio do morro, simplesmente um zoológico - que nos encantou com a presença de um tigres brancos, pumas e um urso polar (os outros animais eram comuns).

Subimos o grande morro em uma espécie de trem, com vagões descobertos içados em trilhos que deslumbram com a vista que propiciam. Esse tipo de veículo é chamado aqui de "funicular". De lá do alto do morro, a cidade inteira de Santiago se oferece aos olhos do visitante. Difícil descrever a beleza do fim de tarde ali.  A cidade inteira,  cercada pelas cordilheiras parece toda abraçada pelos nossos olhos.

Foi nesta hora que me pus a pensar no fato de que um único ponto da cidade é capaz de oferecer dela uma visão integral.  Isso me lembrou o livro "Cidades Invisíveis", de Italo Calvino. Olhando pra fora voltei meu olhar para dentro de mim e comecei a me perguntar: na complexa cidade que somos cada um de nós - corpo,  alma,  espírito -, qual parte de nós nos revela por inteiro?

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