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domingo, 5 de janeiro de 2014

A cada um, sua própria bile



Cada um tem seu próprio corpo. E cada corpo tem seus próprios componentes, pequenos corpos funcionais. Muitas vezes, não só os corpos entram em contato - graças ao aspecto gregário que caracteriza o modo humano de viver - mas também os pequenos corpos que compõem o que somos. Sim, numa viagem muito louca, eu ainda acho que todos nós somos microcorpos componentes de corpos maiores. Todos nesse imenso tabuleiro chamado vida (conhecida ou não).

Mas, o que me importa aqui é que muitas vezes algumas pessoas parecem usar a bile para além das funções que já são cabíveis a ela. Como suco bastante ácido que colabora com a digestão, metaforicamente parece servir para ser despejado com toda a sua acidez sobre a paz de outras pessoas, estragando momentos, situações e humores. Aliás, os gregos já associavam o péssimo humor à bile. Era um humor biliático.

É bom que a bile faça seu papel e nos ajude a nos manter mais íntegros, mais saudáveis para que estejamos cada vez mais aptos e colaborativos em nossos relacionamentos. Que a acidez devore apenas aquilo que seja potencialmente ruim. E quando for no aspecto metafórico, que ela se limite a seu próprio dono. Dessa forma, digeriremos melhor o que cada pessoa tem a nos oferecer nessa grande antropofagia cultural, nos termos em que propôs Oswald de Andrade. 

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