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quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Cataratas para não se ver

Cataratas do Niágara, vistas da margem de Ontário, na fronteira do Canadá com os EUA


Sim, está frio nos Estados Unidos. Bastante. Moradores brasileiros de lá dão conta de que algumas cidades estão desertas. Muita gente chega a usar secador de cabelo para tentar fazer um mínimo de água fluir pelos canos. A água aliás, foi um espetáculo à parte em meio a essa nevasca toda. As cataratas do Niagara, como se vê na foto, estão congeladas. O frio intenso é um elemento poderoso.

Tal é a força das águas em uma catarata, que é impossível imaginar um congelamento tanto quanto estamos podendo ver neste caso. A intensa luta entre os estados da água está bem longe de ser um espetáculo vivaz como o que descreve Caetano, quando diz da "luta do rochedo com o mar". Se em uma se vê a água em toda a sua espetacular liquidez, em outra se vê a entrega quase total ao gélido estado que a envolve.

De fato, começo a acreditar que, entre as coisas que julgamos conhecer, nenhuma força pode arrogar para si o absoluto domínio, julgando-se indestrutível, invencível. A neve decorrente de temperaturas baixíssimas já fez exércitos poderosíssimos se renderem (Napoleão, por exemplo, contra a Russia). Esta, nos EUA, congelou o Niagara. Se é assim do ponto de vista natural e sociocultural, não será diferente a chegada de um metafórico rigoroso inverno sobre as relações interpessoais. Os corações e os olhos ficam cobertos por catarata.

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