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quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Ascender

"Toda vez que o adulto fraqueja, ele vem pra me dar a mão" é um dos últimos versos da música Bola de Meia Bola de Gude, do impressionantemente simples e incomensuravelmente grande Milton Nascimento. Esse verso fala da presença de alguém que está por perto para dar a mão a cada vez que um outro alguém dá sinais de que aquilo que ele carrega está maior do que o peso que ele pode carregar.

Nos primeiros meses do Sempreever, publiquei um texto que falava um pouco disso; que falava do fato de que em certos momentos de nossa vida certamente há pessoas que extrapolam o status de simples pessoas e se configuram como anjos. Assim, na simplicidade humana de carne e osso; assim, na complexidade transcendental de...

Na volta das férias presenciei um diálogo em que uma frase revela um pouco desse estado para o qual às vezes somos elevados, para o qual alguém é elevado diante de nós, ascendendo a dimensões indecifráveis. Imediatamente após o final do diálogo, após algumas frações de segundo, o silêncio foi rompido pela crua "ex-posição" de uma descoberta: '... só agora estou percebendo que nos meus momentos mais difíceis você sempre esteve por perto com uma palavra de incentivo'. Os olhos adultos disfarçadamente marejados ouviram um lugar comum, do tipo 'amigo é pra essas coisas'. E o diálogo se desfez.

Mas o peso daquelas palavras e seu poder de vida ainda ecoam como se ainda estivesse presenciando a cena uma vez, outra vez e outra vez. Quisera pudéssemos ser anjos para os outros e fazermos diferença na vida das pessoas. Quisera pudéssemos ser anjos de nós mesmos, e que o menino que habita em nós pudesse estender suas mãos e suas asas para dividir o peso de um fardo aparentemente mais pesado que nós mesmos, no momento em que estivéssemos por fraquejar.

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