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quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Um jeito de estar no mundo

"Preparei uma roda de samba só pra ela, mas, se ela não sambar, isso é problema dela" - cantava há muito, muito tempo, a incrível Dóris Monteiro. Seja na versão da Doris, seja na recente versão do Funk Como Le Gusta, a música é muito gostosa de ouvir, e, mais ainda, de tocar e cantar. Isso porque ela fala de um jeito peculiar de estar no mundo.

Uma das sensações mais gostosas e gratificantes na vida, a meu ver, é a de ser útil. O oposto disso deve ser, imagino, o princípio da depressão, o início do fim, o estacionamento da vida no terreno demarcado da indiferença. Passar os dias sem que se possa colaborar com quem quer que seja, com o que quer que seja, deve ser o gancho para não colaborar consigo próprio. No teatro da vida, de que falava Shakespeare, o sentimento de inutilidade deve ser a deixa para o emudecimento das falas e para o baixar das cortinas.

Por outro lado, perceber-se fazendo diferença positiva na própria vida, na vida de alguém, em algum processo no trabalho, enfim, em qualquer que seja a situação, muito provavelmente seja a mola propulsora da vida de muita gente - como eu. Observar uma situação sendo otimizada por seu intermédio; notar mais saúde chegando ao próprio corpo; receber um sorriso discreto de gratidão é, por sua vez, a manutenção da cortina erguida, é manter ativas e dinâmicas as falas deste espetáculo da vida.

Que não seja esse o motivo para as ações de quem quer que seja que se pretenda útil. Que não seja o interesse mesquinho por alguma recompensa. Que não seja a necessidade doentia de algum "obrigado". Que não seja a esperança vã de que, como uma forma de retribuição, o outro venha a ser benevolente e prestativo sempre. Não a busca de um reconhecimento a todo custo. Mas que seja a simples realização de um modo de estar neste mundo.

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