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sexta-feira, 7 de novembro de 2014

No lugar do outro



Há pouquíssimos dias iniciei um texto aqui falando sobre um valor cristão: o de que melhor é dar do que receber. Hoje, como se estivesse querendo fazer pregações, quero começar o texto falando de outro valor, igualmente cristão - o que revela claramente minha formação, responsável por me levar até um curso superior de Teologia. O valor a que me refiro é o de colocar-se no lugar dos outros. Rara capacidade que deveríamos ter a fim de nos tornarmos mais ponderados.

É evidente que neste mundo (não sei se poderia afirmar assim) todas as coisas podem ser utilizadas para o bem e para o mal. Isso quer dizer que nada é bom ou mal em si mesmo, mas depende do uso que as pessoas fazem delas. Mas o fato é que até o colocar-se no lugar dos outros pode ser algo cujo resultado seja negativo. Imaginemos um professor, que sendo responsável por seu aluno, por uma ou por outra razão, coloca-se no lugar de seu aluno, assumindo muitas vezes o que deveria ser responsabilidade exclusiva do aluno. Ruim, talvez não para o momento presente, já que um sai como benfeitor e outro sai como beneficiado. Entretanto...

A longo prazo, a repetição daquela atitude vai resultar em uma alta dose de baixa autonomia por parte do aluno, que pode ter aprendido a recorrer a seu professor para resolver seus problemas (fáceis ou difíceis). Se tem este lado de ruim, tem também o lado bom de se colocar no lugar do outro, pois essa atitude nos leva a compreender o modo de o outro pensar e agir. Além disso, muda nosso jeito de conceber (julgar) os outros; aumenta nossa sensibilidade e nosso respeito aos outros. Isso ajuda até a nos compreender a nós mesmos.

E este ponto é extremamente interessante, se nos consideramos como o outro de nós mesmos - nosso próprio alter ego. Se pudéssemos nos enxergar dessa forma, talvez pudéssemos dialogar conosco mesmos e nos dizer o que, em situação semelhante, diríamos a outro. Isso me leva a crer que seria muito bom desenvolvermos a capacidade de nos pôr em nosso lugar mesmo. Talvez pudéssemos ser mais ponderados nos autojulgamentos que infligimos a nós mesmos.

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