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domingo, 9 de novembro de 2014

Marcas - sorte até demais



Gosto de um verso do Renato Russo, na música Andréa Doria. Gosto na verdade de muitos versos do Renato e gosto da música Andréa Dória inteira. Hoje um me chama a atenção desde que acordei: "tenho o que ficou e tenho sorte até demais". Isso porque, por diversos motivos, desde a tarde de ontem venho pensando em marcas que ficam em nós, marcas que a própria vida se incumbe de fazer, sem que nos peça licença, permissão ou aquiescência para tanto.

Passado já da casa dos 40 e já na segunda metade em direção aos 50, muitas vezes olho para mim mesmo e acompanho registros que a vida deixou em mim. É assim comigo, é assim com várias pessoas, porque o gênero humano guarda um gene comum de sentimentos que lhe são inerentes. Marcas de nascença temos pelo corpo: uma mancha aqui, outra ali; maior ou menor, menos ou mais discreta. Uma pintinha mais arredondada, ou menos. Todos temos uma marca que nos é peculiar e nos acompanha desde que fomos apresentados a este mundo.

O próprio mundo também se encarrega de nos marcar enquanto interagimos com ele. Nossas práticas cotidianas pessoais, interpessoais, esportivas, culturais, profissionais etc. ficam incrustadas em nós, como troféus de grandes vitórias ou como simples medalhas de participação. Por um lado, por exemplo, o delineamento de alguma parte do corpo ou mesmo do pensamento a respeito da própria vida. Por outro lado, lesões internas, cicatrizes externas e maior ou menor extensão, sentimentos internos que insistem em se fazer notados. Marcas, marcas que estão aí e são um pouco o que somos.

É isso, muito provavelmente essas marcas constituem o imenso emaranhado de experiência de que somos formados. Elas são o baú de recordações, o qual abrimos para guiar o estado de espírito em que queremos nos focar. São elas que nos motivam a alcançar mais vitórias e que, paradoxalmente, nos recolocam diante de eventuais tristezas vividas. De igual modo e em visão ampliada, nós também marcamos a vida das pessoas, e elas marcam a nossa. Por vários motivos, o que sobra de nós nelas e delas em nós são apenas marcas - razão pela qual somos pessoas de sorte. Até demais.

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