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terça-feira, 23 de setembro de 2014

O tempo passa. Ou somos nós?




Neste final de semana, fui visitar um amigo, um grande amigo de longa data, amigo de infância. E levei uma turma comigo: filhas, mãe, irmã, cunhado. Ele, por sua vez, tinha sua família lá esperando por nós. Foi um fim de semana extremamente agradável a todos. Em certo momento, decidimos ir ao mercado para incrementarmos a mesa prestes a ser servida. Fartura de alimentos, fartura de alegria, fartura de surpresas. Quando entramos no mercado, nos deparamos com centenas de panetones expostos. Não teve como não nos surpreender com o Natal tão escancarado assim diante de nós.

Meados de setembro, ainda início de primavera e já o Natal ali, lembrado pelos produtos postos à venda. O tempo passa mesmo, passa como só ele mesmo passa. Não há luz nem sua velocidade; não há som nem sua velocidade; não há sinapse nem sua velocidade; com ou sem relatividade, não há nada que passe mais rapidamente que o tempo. E ele, tão senhor de si, nunca pede licença para passar e nunca atende nossos pedidos para que demore-se um pouquinho mais. Muito menos para que passe mais rápido. Não: ele tem o pleno controle de si mesmo.

Mas nós, com os milhares de sentimentos, de sensações, de responsabilidades, de desejos, de estados múltiplos de espírito, nós o sentimos passar. Não é o tempo o problema. Quando os relógios analógicos eram maioria e podíamos ouvir o tiquetaquear dos ponteiros; quando ainda ouvíamos aqueles toques a cada 15 minutos (como isso me lembra a casa do meu avô!!!); quando ouvíamos o sino da igreja tocar ou a sirene da fábrica tocar, enfim, quando tínhamos mais sinais da passagem do tempo, conseguíamos ter uma percepção melhor da regularidade de sua passagem.

Hoje? Não. Nem o tempo cronológico; tampouco o psicológico. Este último mal tem tempo de se estruturar na nossa mente e em nosso coração, pois quando começa a fazê-lo, já se vê ultrapassado. Vivendo o presente, que também não existe, sonha-se com o futuro, que nunca virá. Que tempo é este, senhor de todos nós, que não está nem aí para nenhum de nós? Na verdade, quando fazem o Natal chegar antes a nós, é para nos lembrar do contrário: nós é que estamos nos aproximando do Natal, uma mera referência temporal a nos alertar que nós é que estamos passando.

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