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terça-feira, 9 de setembro de 2014

Monstros de escuro imaginado



A cabeça da gente é uma coisa absolutamente poderosa. Para o bem e para o mal. "Quê que há? Quê que tá se passando com essa cabeça?", perguntava o meloso Fábio Júnior há algumas décadas. Já Raul Seixas, um pouco antes, revelava que nós não usamos sequer 10% de nossa cabeça animal. E eu acho que é fato. A gente conhece muito pouco dela e do que ela é capaz. Fabio Jr tem razão. Raul também.

É impressionante como nossa cabeça tem a incrível capacidade de nos trazer à memória coisas que aconteceram em nossa mais tenra infância, em flashes tão rápidos quanto a luz. Décadas depois (como é meu caso) muitos acontecimentos me revisitam já mesclados com o que eu pensei sobre o que aconteceu. E também já rasgados pelos esquecimentos. Ou alterados conforme conveniência de discurso. Sei lá. Não sabemos bem o que é realmente o passado nem o que dele é puro em nossa memória.

Não menos espantoso é o quanto a cabeça tem a capacidade de nos paralisar diante de algumas coisas que, por alguma obscura ou conhecida razão, simplesmente, nos afasta de felicidades possíveis. Basta que estejamos diante de algum evento intimidador, que travamos de um jeito que nos faz ver como única saída a fuga. O aniquilamento da capacidade de superar. Fugimos como crianças do monstro que nunca esteve no escuro imaginado. Fugimos como adultos que vivenciaram a situação adversa tantas vezes quanas o fizeram se sentir socando ponta de faca.

Mas nossa cabeça também tem a fundamental capacidade de manter vivos os sonhos, os desejos, as esperanças. De manter o olhar fixo e ávido em um futuro próximo ou distante. Um olhar para o ponto onde desejamos estar, um olhar que supera os quilômetros de distância entre o aqui e o longe. Entre o agora e o quem sabe um dia. É isso, aliás, a única coisa capaz de nos manter acreditando que ainda vale a pena manter a cabeça lúcida e sedenta de dias melhores. Espero que isso não seja coisa da minha cabeça.

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