Numa sexta-feira como esta, já cansado pelo excesso de coisas que fazemos durante a semana, fico mais atento a coisas que podem ser objeto deste blog. Há vezes em que o cansaço é tanto, que não consigo gravar o que teria reservado para escrever, ou senão porque o sono me vence antes de eu romper a barreira da escrita. Não foi o caso de hoje.
Entre as aulas da manhã no colégio e no escritório, me dirigia à sala de aula onde ministraria recuperação aos alunos de nono ano. Desta vez, fiz algo raro em razão de estar já em cima da hora: fui de elevador para o terceiro andar. De mim se aproximaram três crianças, por volta de seus 8 anos, e pediram para subir comigo. Naturalmente não neguei àqueles dois meninos e àquela menina. Ela foi a primeira a sair. Desceu no segundo andar. Não vi bem o que ela fez ou deixou de fazer, que motivou o comentário dos dois coleguinhas: ela deve ser louca.
O comentário deles me tirou da concentração em que me encontrava para a aula. E logo perguntei a eles, em tom de brincadeira: será que existe criança louca? Claro que nenhum deles sabia responder. Então, riram. O silêncio do sorriso de ambos, me vez brincar: você é louco? Um respondeu rindo e balançando a cabeça negativamente. Dirigi-me ao outro: e você? Eu não. E complementei: não deve ter criança louca. Rimos os três até a porta do elevador propiciar nossa saída.
Mas sabe que não sei? Haverá criança louca? E quando um adulto age como criança? Podemos dizer que é uma criança se manifestando no adulto? Então? Não tenho registro de nenhum menino ou menina com manifestações. Mas não me arriscaria a dizer que sim. Nem que não. Seria criancice da minha parte afirmar isso. Seria loucura minha afirmar isso.
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