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quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Culpabilidade




"E então, a culpa é de quem?", clama Renato Russo em uma de suas aclamadas músicas que tratam dos conflitos juvenis consigo mesmo, com o outro, com o mundo. Taí uma pergunta interessante, por um lado, porque pode arrebentar o declarado culpado e, por outro, porque pode livrá-lo de um peso e transferir para ombros alheios o peso do fardo que se carregará por muito tempo. E também, quando se identifica o culpado, parece que tudo está definitivamente resolvido.

Há poucos dias, tomamos conhecimento pela imprensa do caso de dois rapazes que ficaram 30 anos presos, acusados de estuprar uma moça. À época, uma resolução rápida e objetiva. Foi fulano, prendam-no. E prendem Fulano e Beltrano. Uma vida inteira passada nas celas de uma prisão, sabe Deus em que condições; 30 anos de privação de liberdade, para, depois, por exame de DNA se descobrir que os rapazes eram, de fato, inocentes. Atribuir culpa é responsabilidade grande.

Um treinador, embora faça parte de uma equipe, não deve - a meu ver - assumir a culpa por uma derrota, sobretudo, quando ela implica perda de campeonato. Não é o treinador quem entra em campo, não é ele quem faz nem quem toma gol. Ele orienta a equipe (pode até errar a orientação), mas não executa as jogadas. Além disso, sabe-se que a culpa, embora incida sobre uma só pessoa na maioria das vezes, não tem apenas uma fonte, mas um conjunto de.

Um pai que, para infortúnio seu, vê seu filho enveredar pelo caminho tortuoso das drogas não deveria se culpar pelas escolhas erradas que  filho faz. No entanto, culpa-se. Uma mãe, que a despeito de suas orientações, recebe a notícia de que será avó também não deveria se culpar pela escolha da filha. Mas culpa-se. Um professor também não o deveria, quando um aluno seu perde o ano. Mas aponta contra si o dedo acusador. Em todos esses casos, claro, considero que  treinador, pai, mãe e professor tenham feito sua parte no processo responsavelmente. Em caso contrário, também estarão envolvidos no jogo da culpa, mas não exclusivamente. Atribuir culpe é responsabilidade grande.

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