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terça-feira, 29 de abril de 2014

Vivência Ltda



Uma das músicas mais gostosas de tocar e de cantar da banda Engenheiros do Hawaii e "Infinita Highway". A letra é daquelas com jogos de palavra que sempre me encantam e me ganham como admirador e reprodutor. A música é empolgante (melodia, harmonia etc.) e, bem particularmente, a execução do contrabaixo dela é algo que motiva a gente a tocar a qualquer hora.

Logo de manhã hoje fui chacoalhado com um verso dessa música que saltou da minha memória para meus pensamentos mais recentes. E ainda não eram 7h. "Não adianta mesmo ser livre, se tanta gente vive sem ter como viver". Esse verso me tomou de assalto quanto vi atravessar à minha frente uma senhora e seu filho. Ele um pouco atrás com seus passos curtos de menino novo. Ela a passos largos, mas com um curativo imenso que tomava todo o lado esquerdo de seu rosto. Que limitação era aquela?

À tarde, ao me dirigir a pé, e sempre apressado, do colégio para o escritório, vi novamente uma senhora que vejo todos os dias em um ponto de ônibus. Uma cadeirante amputada. O chão sob as rodas de sua cadeira está absolutamente roxo, de tanta medicação que ela passa para tentar atenuar as dores das enormes feridas que deixam sua perna em carne viva. Não sei o que ela faz ali todos os dias. Também não sei que limitação é aquela.

Olho para todo mundo que aparenta estar livre de toda e qualquer limitação e vejo o tanto de coisas que cada um é capaz de fazer. E admiro os que fazem muito. Admiro mais ainda os que fazem somente o que está ao alcance de suas mãos e que é suficiente para sua vivência diária. Todos, em maior ou menor escala, têm suas limitações. Ora mais, ora menos severas. E seguem vivendo "nesta infinita highway". Muitas vezes, "sem ter como viver".

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