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sexta-feira, 18 de abril de 2014

Flertando com a esperança



Todas as pessoas têm alguma motivação principal e uma série de outras secundárias. Algumas que já fazem parte de sua vida. Outras que elas esperam desfrutar do privilégio de conquistar. Essas estão no campo da esperança. Fazem parte daquilo que traz para o peito alguma razão para continuar os dias sobre este mundo que é tão cheio de disparidades, que tantas vezes puxa para o inferno, que tantas vezes eleva para o céu.


Embora a tradição cristã tenha separado esses dois "mundos", tão falados desde que Platão concebeu o mundo das ideias, ou desde que Maniqueu concebeu o mundo em apenas dois lados: o bom e o mau. Ou mesmo desde antes disso tudo. Está aí uma ideia forte: a dualidade. Ter, não ter. Ser, não ser. Viver, morrer. Salvar-se, condenar-se. Querer, não querer. Estar feliz ou não.



Não tenho a menor dúvida de que não se é feliz. Felicidade não é para mim uma essência; é um estado. Um momento ou vários momentos fugazes derivados de ações humanas dirigidas ou não: uma palavra, um abraço, uma companhia, uma conquista, uma realização, uma correspondência... qualquer coisa que coincida com o bem-estar da alma, do espírito, do corpo. Talvez seja isto: algo que desperta a integração de espírito, alma e corpo, de tal modo que nos faça sentir a nossa plenitude.



Às vezes a gente acende holofotes, canhões de luz sobre um ponto e investe nele energia, consome milhões de metros cúbicos de uma hidrelétrica que quase seca. E esse ponto se apaga. Outras vezes, sob uma vela que ilumina um textinho singelo brota um poderoso raio de luz que ofusca e cega. Alguns, de tanto tentar, querem desistir. Outros vivem flertando com a esperança, querendo apenas ter água pra beber e luz pra enxergar. Nem de mais. Nem de menos. Só o bastante para estar feliz e fazer feliz.

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