A vida da gente fica mais cheia de sentido quando é guiada por um conjunto de desejos que querem saltar do peito e ganhar forma na realidade que compõe nosso cotidiano. É bem isso que se chama expectativa. É o nosso contato com esse tipo de esperança que move os nossos passos, que dá razão para nosso modo de ser, pensar e agir.
Dessa forma, pessoas concebem como possível uma determinada realização. A partir disso, elas fazem muitos planos e se deixam envolver pela possibilidade de ver seu objeto de desejo habitando os mesmos cômodos que elas; mais: habitando as batidas de seu coração, o correr do sangue por suas veias, inflando seus pulmões e dando brilho aos seus olhos. Pessoas de peito cheio.
Há, por outro lado, um grupo de pessoas cuja existência não passa nem de perto por um conjunto ordenado de ações que buscam a concretização de um sonho. Trata-se de pessoas que, ao menos aparentemente, não têm pelo que lutar; pessoas que são habitadas pela indiferença e que se contentam com o que as circunstâncias lhe fazem. Ora reclamam ora comemoram. São pessoas de peito vazio
Outro grupo de pessoas entendeu rapidamente que a dimensão exagerada imposta a uma expectativa pode se tornar, em pouco tempo, uma das principais (senão a mais importante) fonte de frustrações. Assim, preferem desejar sem intensidade, fechar os olhos para as possibilidades de satisfação e, por conta disso tudo, conformam-se resignadamente com percurso que sua vida vai tomando. Não reclamam, não comemoram, apenas convivem com qualquer tipo de coisa, fato ou pessoa que lhes sobrevier.
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