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quarta-feira, 23 de abril de 2014

Água na boca



Deus me livre de fazer aqui um texto apelativo. Não estou pra isso, porque não sou nenhum baluarte, nenhum estandarte da moral nem dos bons costumes. Não me prestaria a este serviço aqui no blog. Mas uma notícia hoje me incomodou de tal, maneira, que não posso deixar de registrar. Fica aqui apenas e tão somente o registro.

Estamos vivendo dias de imensa secura na cidade de São Paulo, que está (diga-se, não de passagem) entre as oito maiores cidades do mundo em todos os sentidos. Não chove suficientemente há tempos, razão pela qual uma de nossas principais represas já não tem praticamente mais água para represar. Ela, sim, está represada em sua função. Há lá míseros 11% de sua capacidade. No ano passado, nesta mesma época, o reservatório batia a casa dos 70%.

A imagem que se vê, quando se contempla uma imagem aérea dessa represa, que está em posição fundamental em nosso sistema de abastecimento de água, a impressão que se tem é de que se está observando o deserto. Aquele chão completamente rachado pelo calor que fez fissuras no solo. Para ser um pouco mais real em sua nordestinidade, bastaria jogar ali algumas carcaças de animais que morrem à míngua com a garganta seca; aliás, não só a garganta: completamente desidratados.

Vem a notícia hoje de que a tubulação que conduz a água da represa até nossas residências é absolutamente velha e cheia de fissuras por onde vazam 31% da água produzida. O número 31 não parece grande coisa. Entretanto, quando se sabe que esse percentual representa um volume de 950 BILHÕES DE LITROS DE ÁGUA, a coisa muda de figura. Não se trata de um descaso apenas com cada um de nós ou com a cidade, mas com o mundo. Em breve, não vai conseguir mais nem ficar "com água na boca".

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