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terça-feira, 15 de abril de 2014

O velho novo velho




De vez em quando a gente é pego de surpresa com um evento, um acontecimento, uma fala, um sei-lá-o-quê que surpreende a gente. Ao ocorrer isso, uma série de sentimentos se apoderam de nós momentaneamente: perplexidade, surpresa, estupefação. Não é bem o novo que surge diante de nos, mas o velho que nos revisita. Com ou sem roupagem nova, tira a tranquilidade de nosso cérebro e exige uma readequação.

A cidade de São Paulo, que vem sofrendo com o calor e com uma seca que já dura meses, foi vítima hoje de uma queda mais do que brusca de temperatura. A garoa molhou as calçadas e o vento gelado avermelhou os narizes descobertos. Sim: quem saiu sem blusa de frio com toda certeza sentiu sua temperatura cair vertiginosamente. No final da tarde, passei a contemplar o que não via há tempos. Cachecóis, por exemplo, eram fartos hoje nas ruas. E são belos, um adereço que realmente dá um ar de nobreza à pessoa.

Pessoas também têm este dom de nos surpreender. Embora seja incomum, acontece com alguma frequência o fato de uma pessoa, com a qual a gente costumava se relacionar há anos numa amizade desinteressada, passe a demonstrar interesse muito além do normal e a tratar a gente de um modo estranho ao habitual: passa a estar mais próxima, telefona, manda mensagem, convida e faz planos. Coisas que antes ocorriam do modo mais escasso possível.

Por sua vez, o outro lado disso também ocorre. Quando menos se espera, uma pessoa conhecida há pouquíssimo tempo, mas intensamente valorizada, passa a integrar as relações da gente como se habitasse um espaço que nunca havia sido dela - fazendo-o com a naturalidade de um filho, de um irmão. Ela habita um em espaço em que o piso, os móveis, a cor da parede, o gesso o teto e os lustres passam a ser o que há de mais comum e de mais próprio da gente: a casa.

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