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terça-feira, 22 de abril de 2014

Mal acostumado



Grande parte do que sabemos é constituída por aquilo que nos acostumamos a fazer. Vale dizer o mesmo em relação ao nosso pensar: pensamos o que nos acostumamos a pensar. A mesma máxima vale para (talvez) todos os terrenos da experiência humana, de modo que costumes, hábitos, aprendizagens vão solidificando aquilo em que nos tornamos. Evidentemente alguns costumes são excelentemente bem vindos, enquanto outros, nem tanto. Há costumes que nos deixam mal acostumados.

Algumas regalias de que sempre desfrutamos, como certos cuidados maternos: roupa lavada e passada, comida quentinha, dinheiro do lanche... tudo que tínhamos na adolescência criou costumes que foram rompidos quando do afastamento da casa materna. Daí, ao termos de dar conta de tudo sozinhos, logo vemos o quão mal acostumados estávamos. Mas isso não é ruim, desde que tenhamos maturidade para começar a tomar conta do rumo da própria vida, sem depender (muito) dos outros.

Lembro-me de uma aluna que orientei na faculdade de Letras, quando da realização de seu TCC. Como era jovem pesquisadora, a presença do Orientador é mais próxima na indicação bibliográfica, no direcionamento da escrita etc. Por coincidência, quando ela começou a fazer Lato Sensu, teve a mim como sorteado para orientá-la. Quando percebeu que se tratava de um procedimento diferente em relação à autonomia para a pesquisa, ficou brava e reclamou. Não fiz outra coisa, senão rir calmamente. E orientá-la a mudar seu costume.

Hoje atendi um aluno no escritório que no ano passado quase foi reprovado. Quase. Apesar de sua situação periclitante, enquanto achava que perderia o ano fatalmente, foi surpreendido com a aprovação. O conselho de sua escola (que não conheço, por isso não posso julgar) o aprovou. Neste ano, ele fechou o primeiro trimestre com todas as matérias abaixo da média. Diagnóstico da mãe: ele está mal acostumado. Acha que não precisa estudar, pois acredita que vai passar de ano. Este não é um bom costume.

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