O povo sempre diz que amigo é aquele que não tem hora. O cara está para qualquer momento, seja lá qual for o problema que venha a demandar sua presença, sua intervenção. Quando se trata de um homem que faz essa função para uma mulher, esse sujeito é quase colocado num pedestal de ouro com aquelas folhas de louro olímpicas adornando. E ele vai preferir este papel a obter algum benefício "natural" deste apoio.
Ele é o cara para antes de a amiga assumir um relacionamento. É ele quem vai apoiar-se provavelmente na própria experiência, realmente vivida ou apenas acumulada, para dar à moça alguns conselhos a respeito do universo masculino, a fim de que a indefesa vítima de Cupido possa tomar uma decisão. Mais que isso, para as horas de alegria da nova relação, ele se torna o depositário das revelações amorosas, das confissões impudicas, de fazer corar qualquer cidadão que partilhe de valores (ao menos socialmente) castos.
Entretanto, quando a relação se encontra abalada, minima ou seriamente, é esse amigo que prestará socorro à vítima de Marte, o Deus da guerra. Como se fosse uma Atena (da sabedoria) ou uma Ceres (da fertilidade), esse amigo homem ainda vai entender a situação toda e explicar para ela o que aconteceu e o que vai acontecer dali para frente. Mais que isso, depois do fim da relação, ele ainda vai ser um cultivador das sementes de amor que a amiga precisa para germinar novamente.
Depois de agir como um maratonista, subindo e descendo ruas íngremes por mais de 40 quilômetros, sem que sobre uma "casquinha" para ele, sem que sobre uma sombrinha debaixo do sol que torra o coração da moça, o amigo perfeito vai começar a ver a amiga se restabelecer em suas emoções e se preparar para outra tentativa de relacionamento. E lá vai ele de novo, sem casquinha e sem sombra, rumo ao pedestal.
Nenhum comentário:
Postar um comentário