Valeu a visita!

Daqui pra frente, divirta-se trocando ideias comigo.
Conheça meu outro blog: http://everblogramatica.blogspot.com.br

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Caça Dor de Mim



Gosto da ideia de que "a vida me fez assim", porque, mesmo sendo a vida  em grande parte o resultado das nossas escolhas, das nossas ações e reações, também parece haver um quê que é mesmo dela. Não sei bem (e quem sou eu para saber) o que é mesmo dela e o que é obra minha. Sei que "doce ou atroz, manso ou feroz", cada um de nós está aí em plena temporada de caça, caçando o que somos naquilo que estamos sendo.

Quisera tivéssemos a lucidez dos que se sabem completamente, daqueles que conseguem enxergar os caminhos de si próprios em meio às picadas e fins de picada desta trilha íngreme e esburacada que resolvemos fazer um dia. "Presos a canções e entregues a paixões", simplesmente seguimos pistas de João e Maria (que os passarinhos comem), ou mesmo seguir pegadas (que o vento esconde empurrando terra para cima delas), ou seguindo astros celestes que se apequenam por trás de folhas e frutos de árvores copadas que nos cobrem e nos levam para longe (?) de nós.

Fugindo "às armadilhas da mata escura", resta a cada um de nós "abrir o peito à força numa procura" daquilo que faz o sangue correr, que faz o coração bater, que faz todas as sinapses acontecerem (e que impede outras de se darem). O que de nós buscamos dentro de nós? Que nós? Que nós nós procuramos? Nós de laços? Nós cegos que constroem um muro que impede quem está dentro de ver fora e quem está fora de ver dentro.

A pergunta é: "onde se chega assim"? Talvez cheguemos a um lugar super distante de nós mesmos, tão distante que nos permita reconhecer o que somos exatamente onde não estamos. Ou não: como caçadores de nós mesmos, talvez cheguemos àquilo que nos "faz sentir". Aí, quem sabe, "por tanto amor, por tanta emoção" possamos estar naquilo que somos. Ou que estamos sendo. Está aberta a temporada de caça.

Nenhum comentário:

Postar um comentário