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quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Estranhamento besta



Selfie é um tipo de fotografia de si próprio, um autorretrato em que a pessoa aparece em uma cena que lhe é especial (acompanhada ou não) ou com uma feição que lhe pareça interessante. Tem se tornado cada vez mais frequente em nossos dias. Até há pouco tempo, uma verdadeira proliferação de selfies entre os mais jovens. Entretanto, deixou de ser privilégio desse grupo social e passou a um público mais generalizado.

É impressionante como cresce a o recurso ao smartphone para quase todas as práticas sociais nesses dias. Ocorre que este pequeno aparelho que mede mais ou menos a palma da mão parece ter o poder de nos tomar não só a mão, mas o corpo todo, a mente e os sentimentos. Poucas são as ações que esse aparelhinho não é capaz de fazer. Já tive casos de alunos que desenvolveram verdadeira dependência: não ficam sem o celular. Não hesitaria em dizer que isso já deve ocorrer com adultos também.

Lembro de quando eu era bem mais jovem, quando fui a uma aldeia indígena e senti um certo estranhamento besta ao ver alguns indígenas trajando bermuda jeans, tênis e camiseta. Minha cabeça preconceituosa e jovem não entendeu aquilo como normal. Assim como não viu como normal a figura desse "homem sagrado indu flagrado tirando selfie na Índia" (como diz a reportagem  no portal da UOL de hoje).

A prática do selfie está entre a necessidade que se tem do aparelho (em razão de todas as facilidades de tornar a vida mais prática) e a necessidade de se fazer visto (em razão da sensação de popularidade que isso dá, bem como da capacidade de diminuir a solidão moderna). Homem e máquina vêm se unindo desde sempre. No âmbito da medicina, ambos já se fundiram - vejam-se os marcapassos, por exemplo. Por que haveria de estranhar esta ligação tão intensa entre o humano e essa máquina todo-poderosa que é um smartphone?

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