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quinta-feira, 13 de março de 2014

Novos fins



Quando fiz 40 anos, tive a felicíssima oportunidade de rever amigos que eu não encontrava havia mais de 20 anos. Embora muito ligados em nossa adolescência, a vida adulta foi nos separando aos poucos, sem, no entanto, diminuir a amizade, a consideração, a alegria de nossos contatos. Curiosamente, a vida de cada um de nós nos proporcionou experiências bastante semelhantes: um em Nova Iorque; outro no Rio; eu em São Paulo.

É bonito ver como os destinos (se assim podemos chamar) traçam ou são traçados com tantas diferenças e semelhanças. Fim de casamentos foi um dos assuntos presentes na nossa mesa. E isso me vem à mente agora ao ler notícias sobre Paulo Goulart, que faleceu aos 81 anos, depois de um sucesso imenso como cidadão, como amigo, como marido, como pai, como profissional. De todos esses papéis, chamou-me a atenção o fato de ter seu casamento sólido por longos 60 anos. Hoje, no dia de aniversário de seu filho mais novo, ele morreu de mãos dadas com a Nicete.

Admiro mesmo os casais que chegam a essa marca tão digna de ser exaltada, exposta, comentada, copiada, almejada, enfim. É a prova de que o diálogo, a compreensão, o convívio, o projeto de viver juntos é capaz de superar adversidades ora pequenas, ora grandes; ora muitas tão pequenas, que se tornam grandes; ora poucas, mas imensas nas consequências. A longa duração de um casamento é a prova de que, em um núcleo maior, a sociedade pode contornar dificuldades e seguir viva.

Óbvio que não cabe a nenhum de nós julgar por que certos casamentos se desfazem. Nem nos cabe investigar os porquês. Afinal, como cantava Renato Russo: "todos têm suas próprias razões". Há um tempo em que cada um fica "imerso em sua própria arrogância, esperando por um pouco de afeição". E a afeição não vem. Vem o fim. Vêm novos começos. Novos fins. Coisas da vida, que às vezes separa amigos.

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