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quinta-feira, 27 de março de 2014

Inveja boa - existe?



Há quem acredite que as coisas são apenas o que são. E ponto final. Como pensavam os pré-socráticos: o que é é; o que não é não é nem pode vir a ser. Não sou desses. Antes, penso que as coisas não são; elas se tornam. Ou melhor: nós as tornamos, ora consciente ora inconscientemente; ora voluntária ora voluntariamente; ora como resultado de nossa ação interior, ora como resultado de influências externas a nós. Mas, para mim, nada é. Tudo está sendo.

Não creio que o sentimento de inveja seja algo necessariamente ruim. Ela pode ser boa. Pode movimentar ações legais para a consecução de algo. Quando é assim, normalmente damos a ela um nome menos marcado semanticamente por carga negativa. Chamamos de desenho, de sonho, de aspiração... de qualquer outra coisa, menos de inveja, porque esse sentimento envolve alguma forma de hostilidade, de desejar mal ao outro que tem o que eu não tenho. Não. Longe disso. Um dos sentidos originais da palavra derivada da forma INVIDEO é olhar demasiadamente para, é desejar.

Nesse sentido, invejei esta quarta-feira. Do que fiz no trabalho orientando meus alunos e dos momentos (sempre) alegres que tivemos; dos alunos tristes que pude acolher. Tive inveja dos momentos de coordenação dos trabalho. Inveja dos momentos de orientação de estudos. Foi uma quarta-feira invejável. Para fechá-la, nada melhor do que um show com músicas dos Beatles, muitas sob a pegada do blues.

Pois esta foi a penúltima coisa deste dia. O bar era primoroso, ao mesmo tempo elegante e familiar. Assisti ao espetáculo tranquilamente sentado, à beira do palco. Não bastasse a qualidade da música, entre todos ali havia um casal, ambos, homem e mulher, entre os 60 e 70, que dançavam maravilhosamente bem. Os cabelos brancos de um e o corpo já "formoso" da outra esbanjavam técnica e alegria. Quis cantar e tocar como a banda "Blues Beatles"; quis dançar como aquele casal. Mas estava já bem satisfeito apenas por estar ali.

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