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quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Os jovens e sua mente

"Quero saber bem mais que os meus vinte e poucos anos", cantava Guilherme Arantes há décadas com sua voz de pouca tonicidade. Entre suas músicas, há preciosidades de letra e de melodia. Certamente citarei aqui várias vezes esse compositor. Por ora, interessa-me este verso: "Quero saber bem mais que os meus vinte e poucos anos". Isso para dizer que, em meu caso, o mesmo verso deveria ser cantado assim: Quero saber bem mais que os meus vinte e vinte e poucos anos. Pois é: no alto dos meus vinte e vinte poucos, ainda não conheço direito minha mente.

Tenho o privilégio de ter duas filhas e muitos alunos cuja idade é três vezes menor que a minha. E a mente dessa moçada? Quem é que entende? Acho que nem eles próprios. Não só porque são jovens, mas porque  - graças a Deus e ao universo interminável de experiência que vivenciamos - a nossa mente não para de se transformar nunca, não para de se enriquecer nunca. Ela, na verdade, não para nunca.

Esta geração que ora se apresenta para nós, em sua maioria, está conectada quase o dia todo; gasta mais tempo na internet do que na televisão, nos livros ou nas atividades escolares; lida de um modo diferente com a hierarquia; tem rala noção de fronteiras de tempo e espaço (físico ou psicológico); não consegue se concentrar por muito tempo; não tem paciência para ler textos que extrapolem uma página; não consegue manter o foco em uma coisa só; não se dedica a uma tarefa só nem a uma pessoa só; não estabelece relações afetivas com perspectiva de longa data... 

Esta geração que está diante de nossos olhos é diferente da nossa. Vale aqui uma metáfora de Nicholas Carr: diante do mar, a nossa geração prefere se ater a um lugar, a mergulhar e absorver daquele curto espaço o máximo que ele pode nos dar. Já a geração atual, diante do mesmo mar, prefere subir num jet-ski e ter rápidos e esparsos contatos com o mar, em alta velocidade. É assim que esta geração se porta diante dos estudos, dos pensamentos, das relações, da vida. Jamais me atreveria a dizer que é uma geração melhor ou pior do que a nossa. É apenas diferente: sua mente tem um funcionamento que ainda nos causa estranheza. Quem sabe quando os jovens atuais tiverem seus vinte vinte e poucos anos possamos ter uma melhor compreensão...

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