Valeu a visita!

Daqui pra frente, divirta-se trocando ideias comigo.
Conheça meu outro blog: http://everblogramatica.blogspot.com.br

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

O movimento e a parada

"Não pense que a cabeça aguenta se você parar", é um dos versos de Raul Seixas. Um artista que admiro muito por tudo que fez pela música brasileira, pelo impulso que deu ao rock nacional, pelas letras sempre marcantes, ora debochadas, ora de pesadas críticas sociais, ora de profundas imersões pessoais. Tudo isso, justifica mesmo que sempre se ouça o insistente coro "Toca Raul!!!"

Esse verso é da música "Tente outra vez", a qual, sempre que ouço, nunca ouço só uma dezena de vezes. Com toda certeza, vou voltar a citar trechos dela aqui. Hoje quero pensar um pouco sobre a cabeça que para quando a pessoa para. Assim como o personagem do conto "Uma vela para Dario", de Dalton Trevisan, muitas vezes as pessoas param uma caminhada apressada que empreendiam na busca de um objetivo. Como resultado, todas as coisas vão-lhes sendo subtraídas. Inclusive, a vida.

Às vezes a parada é para tomar um fôlego, repensar estratégias, verificar os resultados obtidos e, depois, retomar a trajetória. Outras vezes, entretanto, a parada se dá porque o corpo se exauriu, as forças se foram, o sentido das coisas se perdeu, a razão de viver estendeu a placa de "Pare". Daí o sujeito realmente para e tudo que enxerga da avenida que seguia se transforma apenas na imagem de um beco sem saída.

É nesta hora que olhar para cima, encontrar a luz do sol e descobrir seu movimento de leste a oeste, vai reposicionar o caminhante. Em tempos modernos, é nesta hora é preciso acionar um GPS e seguir a direção que ele indicar rumo ao bem-estar, à alegria de viver. Ou, na ausência do sol e na inexistência de um GPS, esta é a hora de ouvir internamente os versos de Raul: "Beba, pois a água viva ainda está na fonte. Você tem dois pés para cruzar a ponte. Nada acabou".


Nenhum comentário:

Postar um comentário