Valeu a visita!

Daqui pra frente, divirta-se trocando ideias comigo.
Conheça meu outro blog: http://everblogramatica.blogspot.com.br

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

A pior falta

"Alma. Deixa eu ver sua alma! A epiderme da alma. Superfície. Alma. Deixa eu tocar sua alma com a superfície da palma da minha mão", canta Zélia Duncan, com seus arranjos ótimos e suas letras reflexivas. Não são poucas as vezes em que nos sentimos surpresos. Vezes em que passamos por experiências, na maioria das vezes, nada traumáticas, nada muito sérias, nada que seja um bicho de sete cabeças.

É assim o sentimento de frustração: a gente chega com corpo e alma para estar diante de algo ou de alguém. Mas surpreendentemente nem algo nem alguém está lá onde a gente esperava que estivesse. Daí vem o sentimento de solidão do corpo, porque ficou sem alma. Aliás, isso é exatamente o que significa a palavra "desanimado": que está sem alma.

Provavelmente seja o sentimento que invade alguém que teve seu carro roubado, ou que experimentou a falta em um encontro, ou que viu ruir a certeza de uma vitória, ou que teve uma avaliação muito inferior à que esperava, ou que experimentou o não cumprimento de uma palavra, enfim: alguém que recebeu o vazio ao invés da plenitude. Nesta hora, vale o refrão: "levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima".

É preciso esperar baixar a poeira da frustração, o suor das mãos, as batidas aceleradas do coração. Engolir eventuais lágrimas de tristeza, rechaçar a raiva, deixar a vontade de vingança presa. Reorganizar tudo, tentar entender o que não estiver sob as asas do imponderável, reerguer a cabeça e fazer o que tem de ser feito. Isso porque, talvez, a pior falta seja a falta de alma.

Nenhum comentário:

Postar um comentário