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quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Ser forte

Um dos poemas mais belos de Augusto dos Anjos, apesar de algumas palavras pesadas, é o "Versos Íntimos". Aos que queiram se lembrar, ele começa dizendo: "Vês! Ninguém assistiu ao formidável enterro de tua última quimera. Somente a ingratidão, esta pantera, foi tua companheira inseparável. Acostuma-te à lama que te espera! O homem, que, nesta terra miserável, mora entre feras sente inevitável necessidade de também ser fera".

É preciso ser forte, dizem-nos muitas vezes os outros. É preciso ser forte, dizemos muitas vezes aos outros.

Mas tem hora que não dá. Tem hora que a fera do lado de lá tem mais força, mais fome, mais voracidade, mas determinação do que a fera que somos. Já disse aqui, entre postagens, que assim como Hércules, temos que matar um leão por dia. O dele era o de Nemeia. O nosso é um problema pessoal, interpessoal, familiar, profissional, escolar. Independentemente da natureza que tiver o problema, ele se apresenta diante de nós todo dia. Em algumas dessas oportunidades, dá vontade de ceder, de fraquejar, de entregar os pontos, de deixar-se morrer pela ação do outro (como fez Eurico, o presbítero - de Alexandre Herculano).

É nessas horas que é preciso ser fera. Forte o suficiente para entender que é necessário ajuda. Que é preciso um ombro. Que se carece de um ouvido. Que se deseja uma palavra de estímulo. Que se espera um gesto de compreensão, de solidariedade. É preciso ser forte para se fortalecer nos momentos de fraqueza.  

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