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sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Religião para

O mundo do Oriente Médio está sacudido por manifestações religiosas contra a exibição de um filme americano que satiriza Maomé. Há, por essa razão, conflitos no Irã, no Iraque, no Iêmen, no Egito, na Tunísia, no Marrocos... E isso, não pouco coincidentemente, às voltas do 11/09; sob os ecos da Primavera Árabe.

Para que isso, meu Deus! Para que provocar os sentimentos legítimos de seguidores de outra religião?

Penso, muito honestamente, que toda e qualquer religião deveria servir, pelo menos para unir as pessoas consigo mesmas, com as outras e com o seu mundo. A palavra tem a ver com a capacidade de "re-ligar", tem a ver com a necessidade de unir aquilo que foi (ou que se considera) cindido. Pouco importa se o sujeito é de uma ou de outra religião. Importa que ele esteja feliz e que ele deseje que os que o rodeiam, próxima ou longinquamente, estejam felizes. Para tanto, só o respeito à diversidade pode servir.

Os direitos essenciais precisam ser mantidos, independentemente da fé que alguém professe. Nossa literatura está repleta de episódios de sincretismo religioso. Veja-se "O pagador de promessas" (Dias Gomes), por exemplo. A tentativa de unir forças, muitas vezes é dizimada por ações ditas ortodoxas, radicais e intolerantes. Para onde vai a prática ecumênica? Achar que tudo no mundo é uma questão de bem contra mal, de bom contra ruim, de salvos contra condenados é algo muito mais antigo do que o próprio Cristianismo. Entender o mundo com Maniqueu o entendia é um reducionismo tão barato, que só pode dar mesmo em conflitos, em batalhas, em guerras, em morte.

A religião é para a vida. Quando os valores religiosos passam a valer infinitamente mais do que os valores humanos propriamente ditos, alguma coisa está errada. Muito errada. Nesse caso, a religião para.

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