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quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Palavra de criança

"É só pensar em você, que muda o dia. Minha alegria dá pra ver", canta Chico César uma música belíssima que me faz imediatamente recordar de minha filha mais nova, a Gabi.

Sempre trabalhei demais. Desde muito novo, estudava, trabalhava e trabalhava. Isso mesmo: já mandava dois empregos. Assim que decidi me casar, passei a trabalhar mais para conseguir pagar tudo que envolve o ato de casar. Depois que casei e tive filhas, pareceu que trabalhar demais era uma boa justificativa para manter algum padrão familiar. Depois que me descasei, para me reconstruir foi necessário também trabalhar demais. Enfim, ainda hoje não tenho muito certo para mim se trabalhar demais é uma justificativa plausível ou se é uma desculpa, uma fuga, um sei-lá-o-quê que me afasta de outro sei-lá-o-quê.

Fato é que certa noite chegando bem tarde e cansado em casa, ao abrir a porta da sala, me deparei com um dos rostos mais lindos que meus olhos já puderam contemplar: o da Gabi, minha filha menor. Mas lindo, lindo mesmo. Ainda hoje seu rosto resplandece naquele corpo que é só seu. Ela era tão pequena à época, que seu corpo não ocupava sequer meio sofá.

E era no sofá que ela estava, ajoelhadinha, com as mãozinhas no encosto e o queixinho apoiado ali também, como quem está preparado para fazer algo pensado há muito tempo. E foi isso que fez. Assim que abri a porta e nossos olhares se cruzaram, ela disparou com toda a doçura que lhe é característica: "estava com muita saudade e resolvi ficar aqui te esperando antes de dormir". De fato, quando me lembro dela, quando me lembro dessa cena, minha alegria dá pra ver.

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