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quinta-feira, 20 de junho de 2013

Viver é afinar um instrumento

"Sou errada, sou errante; sempre na estrada, sempre distante" é o refrão de uma música que ganha sua expressão na belíssima voz de uma moça igualmente bela: Paula Toller. Hei de convir: desde que surgiu com a banda Kid Abelha e os Abóboras Selvagens, Paula foi tendo a voz cada vez mais bem trabalhada. A meu ver, saiu de um tom debochado nos anos 80 para um tom melodioso recentemente.
 
Deu certamente um direcionamento à sua voz, como se enxergasse uma bússola diante de si, responsável por nortear os passos que deveria dar para estar onde está e para continuar seguindo. Já disse aqui, várias vezes, que admiro demais quem sabe cantar, que conseguiu educar a voz e faz dela um instrumento que passeia por entre os acordes que fazem vibrar os instrumentos de corda e sopro, acompanhados pelas percussões.
 
Bem dizia o poeta: viver é afinar um instrumento: de dentro pra fora, de fora pra dentro.  E realmente me parece ser assim: a gente vai ajustando nosso interior ao mundo que nos cerca, simultaneamente ao movimento de tomar o que está fora para integrar o que está dentro. Seria muito bom se todos tivéssemos essa consciência "sin-fônica".
 
Melhor seria se tivéssemos uma bússola que apontasse para o Norte onde estariam os melhores pensamentos, os melhores gestos, os melhores planos, as melhores companhias - ainda que esse monte de "melhor" apresentasse alguns buracos para tropeçar, alguns desníveis para torcer o pé, algum excesso de luz para ofuscar a vista, enfim... Enquanto essa bússola não se apresenta diante de nós, seguimos fazendo o que consideramos melhor. Às vezes errados; às vezes errantes. Mas sempre na estrada e sempre distante.

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