Valeu a visita!

Daqui pra frente, divirta-se trocando ideias comigo.
Conheça meu outro blog: http://everblogramatica.blogspot.com.br

quinta-feira, 27 de junho de 2013

De nós para o mundo

"Eu tenho medo que eles achem que eu não sinto a falta deles" é apenas mais um dos versos de Nando Reis que muito me encantam. E já percebi que o que mais me atrai nas letras deste autor é justamente a simplicidade com que diz coisas densas. Parece conseguir traduzir no miúdo o gigante que se arvora por trás dos sentimentos constitutivos de todos nós.

Faz muito tempo que li "O Profeta", de Khalil Gibran Khalil. Não me lembro de quanto tempo nem me lembro de quantas vezes li, com muito gosto, esse livro. Palavras simples, metáforas quase desmetaforizadas, mas de um abissal terreno para reflexão. Um dos ensinamentos que se pode obter ali é o de que geramos os nossos filhos para o entregarmos ao mundo. Nossos filhos não são para nós. Daí o fato de sentirmos sua falta.

Sinto uma falta enorme das minhas filhas, mesmo estando com elas todos os dias, levando-as e buscando-as para quase todas as atividades que fazem. Agora, cada minuto mais, elas vão ficando independentes. De mim. Vão fazendo coisas lindas pelo mundo que lhes foi propiciado. Hoje, para minha imensa alegria, representaram Vinícius de Moraes - um sujeito que eu já declamei, cantei, interpretei e que já foi objeto de ensino em minhas aulas. Hoje, elas cantaram e declamaram. Recebi da mão de uma delas um delicado papel, enrolado feito papiro, com o Soneto de Fidelidade.

Sim, por certo, o gosto delas por Vinícius tem a ver com muitos fatores. Entre eles o fato de elas ouvirem comigo no carro, de me ouvirem cantarolar, de me ouvirem ler poemas para elas, quando criancinhas.  A  falta que sentimos de nossos filhos é atenuada, por sabermos que há um pouco de nós em seus gostos, em suas escolhas. Um pouco de nós em seu mundo, mundo para o qual os criamos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário