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terça-feira, 18 de junho de 2013

Fome e sede

"A gente não quer só comida; a gente quer comida, diversão e arte. A gente não quer só saída; a gente quer saída para qualquer parte", cantavam os Titãs já há um bom tempo uma música que estava no nosso repertório para tocarmos no final de semana passado. Legal demais essa música justamente pela interpelação: "você tem fome de quê? Você tem fome de quê?".
 
Lembro de quando eu era moleque, morando ainda em Janaúba-MG e, como sempre, se não estava estudando, certamente estava jogando futebol. À época, como toda criança normal, de família normal, participava dos jogos apostando algo. Naquela cidade quente, onde chove apenas em dois períodos do ano, era normal que a gente apostasse pacotinhos de Q-Suco. Sim, Q-suco. E a graça maior nem era ganhar o jogo, mas fazer aquele caldeirão de suco com água de alguma torneira de casa próxima ao campo de jogo.
 
A gente tinha sede de jogo e tinha sede de suco. Daí a gente se mobilizava e fazia o que fosse necessário para que saciássemos nossas duas sensações: a fome do jogo, a sede do suco. Hoje (na verdade, já há alguns dias), em proporções incrivelmente maiores, estamos vendo - a partir de São Paulo - manifestações no Brasil inteiro contra uma série de coisas que não andam bem (desde sempre) no País.
 
Espero que ao final de tudo isso, se final houver, as pessoas possam se reunir em torno de suas perdas e de seus ganhos para comemorar as conquistas resultantes de toda essa movimentação. Que ela venha servir de ponte para um estado de coisas que sirva para saciar a fome e a sede de justiça que habita o corpo daqueles que não brincam com sensações vitais.

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