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segunda-feira, 10 de junho de 2013

Subvivente Sobrevivente

"Mande notícias do lado de lá; diz quem fica. Me dê um abraço. Venha me apertar. Tô chegando" são versos de Milton Nascimento na música Encontros e Despedidas. Como muitas do Milton, esta é mais uma daquelas que fazem a gente parar de cantar pra pensar no que está cantando. Pensava nela hoje depois de ler umas postagens do FG em seu Face.
 
Às vezes, as pessoas que conhecemos há tanto tempo apresentam faces que até então eram completamente desconhecidas por nós. Certamente não eram desconhecidas pela pessoa que a apresenta, mas para nós pode até soar com  alguma estranheza. Em situações assim o silêncio joga no nosso rosto a forma de sobrancelhas interligadas, olhar fechado, lábios prensados um sobre o outro.
 
É nessas horas que a gente sabe que ninguém, nem mesmo o mais santo ou o mais impuro dos homens, ninguém tem apenas uma face. Afinal, já dizia Drummond, tem horas que a gente "vai ser gauche na vida". Essas coisas ditas por anjos tortos e que nos permitem mostrar o lado de baixo do iceberg nos dão certa leveza, justamente pelo não recalque.
 
Mas é engraçado que a gente deve saber que esse lado subvivente vive tanto quanto o sobrevivente. Mais: que ele não é uma anomalia, um lado escuro, espúrio, repugnante. É, antes, uma parte componente de cada um de nós, como Mr. Jekill e Mr. Hyde, como o Padre Amaro, como Lúcia e Lucíola. Como eu e ... eu mesmo. Não são partes subjacentes, mas subviventes em nós. De vez em quando, elas mandam notícias do lado de lá.

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